Críticas

Paulo Ramos Derengoski
Jornalista e Escritor | Lages-SC

Em nova e elegante fase

Os quadros do pintor catarinense Adilson Guanabara estão ficando cada vez mais densos e vigorosos quanto a forma. Sua nova fase que poderia ser classificada como fase lilás se caracteriza por pinceladas mais densas que as anteriores, mas o conteúdo continua requintado e elegante. Já se disse que o Adilson Guanabara é um dos poucos pintores do país que tem visão doce e da fantasia.

No mundo envolvente, sensual e bela do corpo da mulher. Quase todos os seus quadros retratam mulheres, mas com um conteúdo delicado, ultrapassando o véu atrás do último véu, chegando ao manto diáfano de hoje, conturbado pela agressão e pelas epidemias, são raros os pintores saudáveis, que apresentam a mulher envolta em halos de mistérios, beleza e delicadeza. Guanabara é um desses poucos, só por isso já merecia destaque.

Oriundo do interior, Guanabara superou as malhas provincianas do regionalismo barato, onde a arte ainda é dependente das pequenas bruxarias de aldeia. Sua pintura é madura, cosmopolita e requintada. Nesta fase lilás aproxima ainda mais dos primeiros tons da fase azul e rosa de Picasso, ou da visão essencial-existência de Modigliani. Se eu pudesse definir seu trabalho filosoficamente diria que é uma pintura essencial, sartreana, lembrando o perfil obscuro de uma Juliette Grocco a cantar nas caves enfumaçadas de Paris. Pela elegância do traço, pelas cores fortes, pela sensualidade visionária, Guanabara pode expor suas obras, em qualquer parte do mundo com sucesso.

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